Criação da Autoridade Climática foi promessa de campanha do presidente na eleição de 2022, mas não chegou a sair do papel. Lula visita Amazonas e anuncia medida de enfrentamento de uma das piores secas da história do estado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (10) a criação de uma Autoridade Climática para enfrentar os desafios relacionados às mudanças climáticas e aos eventos extremos que têm afetado o Brasil.
Segundo Lula, a medida faz parte de um esforço para ampliar e acelerar as políticas públicas voltadas ao combate aos riscos climáticos.
"O nosso objetivo é estabelecer as condições para ampliar e acelerar as políticas públicas a partir do Plano Nacional de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos. Nosso foco precisa ser a adaptação e preparação para o enfrentamento a esses fenômenos. Para isso, vamos estabelecer uma autoridade climática e um comitê técnico-científico que dê suporte e articule a implementação das ações do governo federal", afirmou o presidente durante evento em Manaus.
O Brasil vive a pior seca em 44 anos, além de estar registrando temperaturas mais altas do que o normal para o período. O cenário tem levado ao alastramento de queimadas em todas as regiões do país, que ameaçam a biodiversidade, enchem o céu de fumaça e, em alguns casos, colocam em risco até a infraestrutura urbana.
A nova autoridade terá como missão coordenar e implementar estratégias de adaptação e mitigação de impactos climáticos, além de promover o alinhamento entre as diferentes esferas do governo.
Autoridade foi promessa de campanha
A criação da Autoridade Climática foi promessa de campanha do presidente na eleição de 2022, mas não chegou a sair do papel.
Um dos entraves, no início do governo, foi sobre o comando desse órgão e se ele estaria sob o comando do Ministério do Meio Ambiente, da ministra Marina Silva.
Queimadas
Lula também falou sobre as queimadas que assolam o país.
O governo e órgãos ambientais têm alertado para a origem criminosa da grande maioria desses incêndios.
Fumaça de queimadas muda a cor do horizonte no noroeste de Goias
"São Paulo ontem [segunda] foi eleita a cidade com a pior qualidade do ar do mundo. A gente pensa que pegava fogo só no Pantanal, na Caatinga, na Mata Atlântica, na Amazônia. Não, pegou fogo em 45 cidades, no mesmo dia, em São Paulo. E esse fogo é criminoso. É gente que está tentando colocar fogo para destruir este país. No Pantanal, 85% das propriedades atingidas são privadas, não são terras públicas", afirmou o presidente.
Lula defendeu punição para os responsáveis.
"Nós precisamos ter consciência que nós precisamos punir quem faz queimada. É proibido fazer queimada em época errada", concluiu.
O presidente alertou para a necessidade de as sociedades estarem cada vez mais preocupadas em combater o aquecimento global.
"A questão climática é a demonstração mais viva que nós, seres humanos, que somos tratados como animais racionais no planeta Terra, somos irracionais pq nós somos os únicos capazes de destruir o local que a gente mora, a água que a gente bebe, estragar a comida que a gente come e matar o semelhante sem nenhuma razão", argumentou Lula.